Ainda não
expliquei toda logística da minha viagem a esse paraíso.
Na semana que estávamos
na Itália, o planejamento inicial do marido era trabalhar a semana toda em uma cidade próxima a Milão onde não
tem nada para fazer, a não ser trabalhar.
Eu poderia
ficar na nossa casinha em Rimini, mas ficaria o dia todo sozinha e, solidão por
solidão, decidi conhecer um lugar que tanto desejava: CinqueTerre.
Ao chegarmos à Itália ele consegui um dia de folga e resolveu me levar até
lá para aproveitar o dia comigo.
Assim que
chegamos a Manarola de cara ficamos maravilhados com aquele lugar, no entanto já
eram 16h da tarde e havia algo que me
incomodava: a fome.
Não
pensamos muito e o marido escolheu o restaurante que tinha a vista mais bonita em frente ao mar: O Marina Piccola.
Apesar do
sol escaldante trocamos o salão pela grande varanda de frente para o mar.
Apreciar o vai e vem de pessoas e a subida dos pequenos barcos com o mar emoldurando a paisagem era tudo que precisávamos depois de 5 horas de estrada.
Apreciar o vai e vem de pessoas e a subida dos pequenos barcos com o mar emoldurando a paisagem era tudo que precisávamos depois de 5 horas de estrada.
Como
entrada pedimos uma torta de verdure ($8,00) que estava muito boa, mas jamais
justificaria o preço.
Naquele
momento descobri que Cinque Terre seria cara, muito cara, pois não existem
muitos lugares "não turísticos" para se comer nessa época do ano.
Continuamos
os pedidos:
Vinho
branco para refrescar e como pratos principais pedimos aqueles que fazem a fama
do lugar:
Para mim
Trofie al Pesto (10,00)
| Trofie al pesto |
Para o
marido Acciughe al tegame (12,00).
| Acciughe al tegame |
A minha
massa além do molho pesto havia uns fagiolini (são umas vagens pequenas) para incrementar. Estava,
digamos, boa mas nunca justificaria os 10 euros pagos. A massa era visivelmente
industrializada e o pesto não tinha gosto de pesto. Um primo piatto (primeiro prato,
geralmente uma massa) de 10 euros normalmente são massas caseiras e molhos
caseiros também.
Esse matou a minha fome porém me deixou com a sensação que cai no conto do restaurante turístico novamente.
Esse matou a minha fome porém me deixou com a sensação que cai no conto do restaurante turístico novamente.
Meu consolo
é que o preço do prato pagou também a vista deslumbrante.
O prato da
marido foi mais honesto. Segundo ele as anchovas (ou aliche/manjuba como chamamos aqui)
e batatas estavam frescas e boas apesar da pequena porção. Para quem gosta de
frutos do mar é uma ótima pedida.
Alguns
restaurantes turísticos na Itália servem todos os pratos em
pequenas porções partindo do princípio que o cliente vai comer de tudo um
pouco.
Segundo uma Italiana que conheci em Modena, os restaurantes mais simples, frequentados por locais estão
mudando essa mentalidade porque hoje as pessoas não comem tanto, bastando pedir
um ou dois pratos para ficaram satisfeitas.
Dessa forma os restaurantes locais estão aumentando um pouco a
porção dos pratos a fim de não perder o cliente.
No dia-a-dia ninguém faz todo o ritual
Italiano de antipasto, entrada, primeiro, segundo prato e sobremesa. Se fosse
assim, na Itália, todas as pessoas seriam obesas e não são!
Essa comilança toda é uma cultura das pessoas mais velhas ou de cidades bem pequenas que, segundo ela, durante a guerra havia escassez de comida.
Mas isso é assunto para outra hora. Descobrindo a Itália.
Refeição
terminada troquei facilmente a sobremesa
por um mergulho naquele mar verde esmeralda tamanho era o calor que fazia. Já sentia que Manarola seria o meu paraíso
particular.